Eu sou um apaixonado por fenômenos atmosféricos. Nessa reportagem do G1 esclarece porque nosso país tem tantas descargas elétricas atmosféricas.
Edição do dia
24/10/2013
24/10/2013 10h56 - Atualizado em 24/10/2013
10h56
Campeão mundial,
Brasil é atingido por 50 milhões de raios por ano
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atmosféricas que caem no país deixam 130 mortos e 500 feridos.
Estima-se que 80% das mortes podem ser evitadas; veja como se proteger.
O Brasil é
campeão mundial de raios. Por ano, aproximadamente 50 milhões de descargas
atmosféricas atingem o território brasileiro, deixando 130 mortos e 500
feridos. Segundo cientistas, isso ocorre porque o país é tropical e tem
dimensões continentais, onde o calor favorece a ocorrência de tempestades.
“Não adianta nada
nós fazermos levantamento de mortes, descobrir como as pessoas morrem e quais
são as circunstâncias perigosas se nós não comunicarmos isso para as pessoas”,
diz o coordenador do grupo de eletricidade atmosférica do Instituto Nacional de
Pesquisas Espaciais (Inpe), Osmar Pinto Júnior. Ele é o apresentador do
documentário ‘Fragmentos de paixão’.
O filme, dirigido
pela filha e jornalista Iara Cardoso, é resultado de três anos de pesquisas e
traz o depoimento de pessoas que tiveram a vida mudada por causa dos raios.
“São seis histórias impactantes, que mostram como a fração de segundo de um
raio pode mudar tudo para alguém. Eles foram escolhidos porque cada um deles
traz uma consequência inesperada”, explica Iara.
Uma dessas
histórias é a de José Vicente Moreira. Há 13 anos, o técnico eletrônico do Inpe
voltava para casa de bicicleta quando foi atingido por uma descarga atmosférica
na perna. “O raio caiu no eucalipto, veio para a cerca e me atingiu. Eu fiquei
desacordado”, relembra. Foi uma vizinha que ele não conhecia quem o levou ao
hospital. A partir desse dia, ela passou a visitá-lo e, hoje, eles estão
casados e têm duas filhas. A bicicleta, então meio de transporte, foi
abandonada. “Vou de carro. Estou seguro”, conta.
Ao
contrário do que diz a sabedoria popular, um raio pode cair duas vezes no mesmo
lugar. No Rio, o Cristo Redentor, por exemplo, é atingido por seis descargas
atmosféricas por ano. (Fotos: Reprodução/GloboNews)
A crença popular
que diz que um raio não cai duas vezes no mesmo lugar vem da cultura indígena,
mas não se pode confiar nela. “Um raio cai duas vezes no mesmo lugar e a prova
disso é o Cristo Redentor, que recebe, por ano, cerca de seis raios”, afirma
Iara. Segundo ela, o monumento atrai faíscas elétricas por causa da altura em
que está situado.
Como o registro
de raios no Brasil começou há cerca de 15 anos, não é possível apontar o
aumento da incidência de descargas atmosféricas no país, mas o número de dias
de tempestade – registrado há 120 anos na capital paulista – tem aumentado.
“Hoje, tem 40% a mais de dias de tempestade em São Paulo, comparando
com o que havia no início do século XX”, aponta Osmar.
Saiba como se
proteger
Estima-se que 80%
das mortes por raios poderiam ser evitadas se as pessoas soubessem como agir
durante uma tempestade. Nessas situações, o recomendado é buscar abrigo em
veículos metálicos (ônibus, carros e caminhões) com as janelas fechadas, casas
e prédios – de preferência, com proteção contra raios – ou abrigos subterrâneos
e áreas baixas, como desfiladeiros e vales. Ao ar livre, evite segurar objetos
metálicos, empinar pipas, andar a cavalo ou nadar. Também é arriscado buscar
abrigo em pequenas construções, como barracas e tendas, ou ficar próximo de
cercas de arame, torres e árvores isoladas.
Há quase três
anos, uma tempestade violenta atingiu a região serrana do Rio e provocou mais
de 900 mortes. O maior desastre ambiental da história do país levou a distribuidora
de energia de Nova Friburgo a investir R$ 10 milhões em um projeto
conjunto com o Inpe para antecipar com maior precisão o risco de chuvas fortes.
“O raio é o termômetro de uma tempestade severa”, destaca o gerente do
departamento de serviços comerciais da Energisa, Stevon Schettino.
A partir de 2014,
todo o Brasil vai estar coberto por um serviço de alerta. “As grandes tragédias
não vão deixar de ocorrer, não há como evitar, mas podemos minimizar os
impactos em termos de morte e prejuízo”, afirma Osmar.
Gostei muito, bem interessante.....
ResponderExcluirGostei mt interessante
ResponderExcluiros nossos ainda são de carga positiva, os mais perigosos.
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