sexta-feira, 28 de março de 2014

Crise na Ucrânia pode reascender o tema "Guerra Fria" no ENEM

Atenção vestibulandos!!! A crise envolvendo a Rússia e os Estados Unidos devido ao movimento separatista da Crimeia na Ucrânia, faz movimentar as peças do xadrez geopolítico e colocar frente-a-frente antigos rivais da Ordem Bipolar. Mais do que a inserção da Ucrânia na União Europeia, e da anexação da Crimeia à Rússia, está por traz a recuperação de espaço político e econômico perdido pela Rússia quando da desintegração da União Soviética em 1991. De um país classificado como falido na época das reformas propostas por Gorbachev (perestroika e glasnost), a um país rico em petróleo e com economia crescente, a Rússia investe no leste europeu tentando retomar o espaço geopolítico de força geoeconômica e geopolítica que havia perdido. Nessa matéria há muita informação qualificada para entendermos uma crise que ainda não teve desfecho. É preciso continuar acompanhando a mídia para estar bem informados. Porém, creio que os avaliadores ressuscitarão o tema "Guerra Fria" no ENEM e nos vestibulares. Então deixarei alguns links de pesquisa para vocês estarem se preparando melhor sobre o tema.

Edição do dia 04/03/2014
05/03/2014 06h56 - Atualizado em 18/03/2014 14h26
Entenda a crise na Ucrânia
Manifestação começou como reação indignada ao rompimento com a União Europeia e ao estreitamento das relações com a Rússia.
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, e dois líderes da Crimeia assinaram nesta terça-feira (18) um acordo para tornar a República Autônoma parte da Rússia. O tratado foi assinado dois dias após o povo da Crimeia aprovar em um referendo a separação da Ucrânia e a reunificação com a Rússia. A votação foi condenada por Kiev e pela comunidade internacional, que o considera ilegítimo.
Ucrânia é um país que só existe há 23 anos e resultou do esfacelamento da União Soviética. Antes disso, ela sempre havia sido dominada por algum país ou fazia parte de algum Estado. Hoje, o país vive uma crise econômica e política e precisa de empréstimos urgentes para evitar uma falência estatal. Diante do dilema de se aproximar da União Europeia ou ser parte do plano de Vladimir Putin de construir uma União Eurasiana, a península ucraniana da Crimeia decidiu por fazer parte da Rússia.

O presidente deposto Viktor Yanukovich havia se recusado a assinar um acordo de livre comércio com a União Europeia. A medida gerou descontentamento popular e manifestações de rua, que resultaram na destituição de Yanukovich, em fevereiro. Ele fugiu para a Rússia e deixou um país dividido: a metade ocidental é pró-europeia, enquanto a metade oriental é ligada à Rússia.
No meio da tensão, o foco se voltou para a Crimeia, um território ucraniano autônomo, onde a maioria da população é de origem russa. O parlamento local foi dominado por um comando pró-Rússia, que aprovou a adesão à Federação Russa.
A Rússia enviou tropas armadas para a Crimeia, para “normalizar a situação”, mas o Ocidente não gostou da medida e pede recuo dos soldados, sob ameaça com sanções. A possibilidade de um conflito armado só piorou as relações.
Há outros pontos importantes que devem ser considerados para entender a crise política, como o fornecimento de energia da Rússia para a Europa, os resquícios da Guerra Fria e as tradições russa e ucraniana.
Ficou mais fácil entender agora? Aproveite e veja reportagens e programas da GloboNews sobre o assunto.



Referendo não deve ser com arma apontada, diz professor
(Sem Fronteiras, 14/03/2014)
Para Robert Orttung, da Universidade George Washington, o povo não está sendo atacado. "Não há nenhuma evidência - apesar das afirmações de Putin - que os russos estejam sob ataque na Ucrânia”, evidencia.
Na opinião de Alex Nicoll, do Instituto de Estudos Estratégicos, o referendo já estava planejado, eles apenas mudaram a urgência. “Não é tão repentino porque reflete as coisas que estão acontecendo há muito tempo. A Crimeia mudou de mãos muitas vezes”, diz.

Reprise da Guerra Fria, diz Lampreia
(GloboNews Painel, 08/03/2014)
A crise na Ucrânia tem sido descrita na imprensa internacional como uma das mais perigosas em pelo menos uma geração. Para o diplomata Luiz Felipe Lampreia, a tensão é uma reprise da Guerra Fria: "A Rússia recuperou sua força, prestígio e está procurando mostrar isso na sua fronteira, que não vai aceitar de forma alguma que o Ocidente se meta naquilo que ela acha que é área de influência dela".
Antes do referendo, Demétrio Magnoli, acreditava que Vladimir Putin deveria decidir por não anexar a Crimeia ao território russo. "Anexação da Crimeia é trunfo imediato, mas derrota histórica", opinou.

Questão energética pode ser decisiva
(Sem Fronteiras, 06/03/2014)
Ao longo desse embate, o que aparece como pano de fundo é a questão da energia - petróleo e gás -, que pode acabar tendo um peso decisivo nos rumos e no desfecho da crise.
Só a Alemanha, por exemplo, depende da Rússia para manter o fluxo de 43% do gás que o país precisa. Vladimir Putin sabe disso e já adotou a estratégia do corte outras vezes. Nada o impede que lance mão dessa jogada de novo.

Erro de cálculo de Obama
(Sem Fronteiras, 06/03/2014)
Para Ian Bremmer, um dos analistas geopolíticos mais influentes dos Estados Unidos, o presidente Barack Obama cometeu um erro ao entrar de forma incisiva nas negociações sobre a crise na Ucrânia. “Os EUA precisam entender que Putin vê essa questão 100% em término de Guerra Fria”, diz o fundador do Eurasia Group.

Também há divisão na Crimeia
(Sem Fronteiras, 28/02/2014)
Até mesmo na capital da Crimeia há confrontos entre a população de origem russa, contrária à mudança de governo em Kiev, e a minoria étnica dos tártaros.

“A Crimeia é a região mais perigosa. Não é simples, até mesmo na Crimeia. Há os tártaros da Crimeia que foram deportados para a Ásia Central por Stalin. Muitos morreram no caminho. Só puderam voltar para a terra ancestral deles em 1991, com a independência da Ucrânia. Eles não gostam da Rússia e são uma parte importante da população da Crimeia”, explica o analista Ian Bond, Centro Europeu de Reforma.

“Os russos étnicos são maioria por lá, mas acho que seria perigoso e desestabilizador a Crimeia tentar se separar do resto da Ucrânia”, afirma Bond, que não descarta a possibilidade de separação acontecer. “É provável, mas não seria inteligente”.

Cronologia da violência
(Sem Fronteiras, 30/01/14)
A Ucrânia é um país com 46 milhões de habitantes, com uma fronteira de um lado colada à Rússia e do outro ao extremo leste europeu. Os 17% dos habitantes que são russos formam mais da metade da população do leste, ondes estão concentradas as riquezas e o parque industrial do país. A outra metade, cerca de 46%, sofre uma nostalgia da Europa.
A cronologia da violência que levou o país às portas de uma guerra civil começa em 21 de novembro, com a recusa de última hora do então presidente Viktor Yanukovich em assinar um acordo de livre comércio com a União Europeia. Chamado a Moscou na véspera, Yanukovich se alinhou a uma proposta mais generosa de Vladimir Putin: US$ 15 bilhões investidos em infraestrutura e tecnologia de ponta mais US$ 2 bilhões anuais em abatimento no preço do gás que a Rússia fornece e do qual a Ucrânia é totalmente dependente.

Crimeia é ponto estratégico russo
(Jornal GloboNews, 03/03/2014)
A Crimeia tornou-se foco de tensão entre Rússia e Ucrânia porque a região nunca pertenceu propriamente à Ucrânia, mas durante a Guerra Fria, ela foi anexada, porque a União Soviética controlava tanto a Ucrânia quanto a Crimeia, explica o cientista político e professor de relações internacionais de Escola Superior de Propaganda e Marketing Heni Ozi Cukier. E hoje, a maioria da população da Crimeia é de origem russa.
“É um ponto estratégico para os russos, porque você tem uma base naval importante, onde está a frota do mar de saída para o Mar Negro. Para os russos controlarem a Crimeia, é muito fácil. A pergunta-chave é: onde os russos vão parar? Será que eles vão se satisfazer em anexar a Crimeia ou ajudar sua independência, ou vão partir para outras partes da Ucrânia, principalmente o leste, que está muito mais aliado à Rússia?”, questiona.

Revolução Laranja denunciou fraude nas eleições para presidente em 2004
(Sem Fronteiras, 19/12/13)
Essa é a segunda vez em tempos recentes que os ucranianos protestam em massa contra o governo. Em 2004, o movimento conhecido como Revolução Laranja denunciou fraude nas eleições para presidente naquele ano, praticada justamente pelo atual ocupante do cargo, Viktor Yanukovitch. Os manifestantes já acusavam o governo de ligações estreitas demais com Moscou e exigiam novas eleições.
Um segundo pleito levou à vitória de Viktor Yuschenko e sua então aliada Yulia Timoshenko como primeira-ministra. Mas os dois acabaram brigando. O novo presidente não se mostrou capaz de resolver os problemas econômicos do país e acabou perdendo o cargo três anos depois, quando Yanukovitch saiu vitorioso das urnas. Timoshenko foi acusada de corrupção, julgada e condenada à prisão.





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