quinta-feira, 5 de junho de 2014

Resumo da aula - indústria - aula 1


 Setor Secundário - indústria

1) Definição

- Pertence ao setor secundário da atividade econômica. Responsável pela transformação da matéria-prima.

- Existe uma relação direta entre o fomento à industrialização e o crescimento das cidades. Isto porque, à medida que as indústrias chegam ao município, atraem pessoas como mão-de-obra. Estas ocuparão o espaço geográfico, pois precisam de moradia, e terão que usufruir dos serviços públicos, como transporte, segurança, educação, saúde. Porém, a velocidade com que os municípios oferecem esses serviços nunca é compatível com a migração de pessoas ocasionando os diversos problemas urbanos que estudamos, que são crônicos em um país de industrialização recente como o Brasil.

2) Evolução da indústria

- Artesanato: processo produtivo concentrado nas mãos de uma pessoa, que trabalha o produto desde a matéria prima até o produto final e sua comercialização. Utiliza ferramentas simples, baixa tecnologia, e, consequentemente, baixa produtividade. O artesão produz peças únicas e exclusivas. Algumas profissões que atualmente estão em desuso como sapateiro, marceneiro, carpinteiro, ferreiro, ourives, eram, principalmente na Idade Média, as grandes profissões daquela sociedade.

- Manufatura: processo produtivo no qual se aplicam equipamentos mecânicos, de baixa tecnologia, e culminam no aumento da produção. É a evolução do artesanato. Com o advento das "Grandes Navegações" no século XV-XVI  tivemos a acumulação de riqueza de alguns artesãos, que desenvolveram novas técnicas para aumentar a produção, introduzindo no processo produtivo equipamentos manuais que particionavam a produção entre outros artesãos. Temos aí a formação de classes sociais distintas: patrão e empregado. Aprofundam as desigualdades sociais entre ricos e pobres. Mas as pessoas que trabalhavam na produção eram na maioria, artesãos também, então conheciam todo o processo produtivo. Isso desaparece aos poucos na maquinofatura, pois os operários vão fazer somente uma parte da produção, especialistas e reprodutores de movimentos. Não participam do todo.

- Maquinofatura: passa a ser a evolução da manufatura. Esse período entre o século XIX e XX é marcado pela introdução da máquina à vapor no processo produtivo. A máquina a vapor é movida pela queima do carvão mineral, que esquenta caldeiras com água. A força do vapor, como uma panela de pressão, faz as máquinas funcionarem. A Inglaterra foi pioneira na introdução da máquina a vapor nas suas indústrias, principalmente do setor têxtil (tecidos). É um período conhecido como Revolução Industrial (vamos detalhar mais abaixo). Nesse período, a Inglaterra tinha hegemonia (domínio) comercial mundial. Era a maior produtora e exportadora de produtos industrializados. Conseguiu essa façanha graças ao poderio econômico que adquiriu ao longo dos séculos anteriores, que resultaram, durante o período do imperialismo europeu na África e Ásia no século XIX, ter muitas colônias fornecedoras de matéria-prima. A relação da Inglaterra com o Brasil também resultou em vantagens para eles. Nosso ouro, explorado durante o século XVIII, serviu como pagamento de dívidas de Portugal com a Inglaterra, enriquecendo-os ainda mais. A Revolução Industrial é dividida em três momentos:

1ª Revolução Industrial (fim do século XVIII-1ª metade do século XIX)

É marcada pela introdução da máquina a vapor no processo produtivo. Os pioneiros como já vimos foi a Inglaterra. A máquina a vapor permitiu que tivéssemos a produção em escala, ou seja, a produção em grande quantidade. Dessa forma, temos cada vez mais a especialização da mão-de-obra em parte da produção. Essa mão-de-obra era oriunda, na maior parte dos casos, de camponeses que tinham perdido suas terras para industriais explorarem o carvão mineral (combustível usado), ou para criarem ovelha para produzirem lã para a indústria têxtil. O interessante nesse período é a formação de cidades na Europa. As principais cidades europeias de países pioneiros na industrialização tiveram a sua formação no campo. Afinal, era lá que se encontravam as matérias-primas que as indústrias precisavam para a produção. Muitas terras agrícolas foram ocupadas sem muito planejamento, a poluição ambiental aumentou, a infestação de pragas e doenças também, além da diminuição da oferta de alimentos, desencadeando uma crise de fome no continente. 

Como a quantidade de mão-de-obra era abundante, os burgueses (donos dos meios de produção) exploravam os trabalhadores de maneira abusiva. Baixos salários, longas e extenuantes jornadas de trabalho pesado (14h-16h/dia) em condições insalubres de trabalho, exploração do trabalho infantil e feminino, nenhum direito trabalhista. Esse cenário se estendeu por muitos anos.

2ª Revolução Industrial (2ª metade do século XIX e 1ª metade do século XX)

Nesse período, temos a substituição do carvão mineral pelo petróleo como combustíveis para as indústrias. A energia elétrica também é introduzida e potencializa o processo produtivo. Temos aqui a introdução de um novo conceito de produção. Desenvolvido pelo empresário do setor automobilístico Henry Ford, ficou conhecido como "fordismo". Ford acreditava que a produção de carros deveria ser maior, portanto, os custos deveriam cair para que o produto ficasse competitivo o suficiente para as pessoas passarem a ter seus próprios carros. Para ele "produção em massa, consumo em massa". Essa máxima da vida estadunidense se espalhou pelo mundo. De fato, a introdução das linhas de produção diminuíram custos, aumentaram a produção, popularizaram o carro, e os lucros foram astronômicos para os empresários. A linha de produção consistia na divisão do trabalho intenso. Os operários são mais especialistas nas suas funções, e não participam de todo o processo produtivo, apenas de parte dele. São reprodutores de movimentos, gestos e funções (muito bem caracterizado na crítica cinematográfica de Charles Chaplin em "Tempos Modernos"). A exploração do trabalho continua. Mas surgem intelectuais que passam a criticar o capitalismo industrial e sua severa exploração do trabalho. Karl Marx e Friederich Engels, precursores das ideias socialistas, difundem uma sociedade mais justa e igualitária, sem a opressão do capital e sem desigualdade social. Falaremos disso mais tarde ok?!

 3ª Revolução Industrial (2ª metade do século XX até os dias atuais)

Os avanços das tecnologias permitiram melhorar os processos produtivos. Novas técnicas aumentam a produção, refazem relações trabalhistas. Esse período é conhecido como a Revolução Informacional. A tecnologia de produção de dados e informações, da informática, da genética, das telecomunicações, da internet fomentou o encurtamento do tempo-espaço. A Guerra Fria, apesar da tensão que provocava na disputa entre Estados Unidos e União Soviética, proporcionou grande avanço tecnológico que sentimos até hoje. Celular, microondas, internet, satélites, informações, código de barras, transgênicos dentre outros avanços são presentes na nossa vida cotidianamente.


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